Diogo Souza

Escritor e jornalista

A grandiosidade de se sentir pequeno | Reflexão | Cara do Espelho



Vou me pendurar no lustre, no lustre
Vou viver como se não houvesse amanhã (Sia – Chandelier)

Você já olhou para o céu numa noite escura e sem nuvens e se sentiu tão pequenino quanto um grão de areia? Não? Deveria. Desde guri sou fascinado pelos céus. Aprendi que era lá onde Deus movimentava e observava toda essa loucura toda aqui em baixo. Também ficava imaginando se haveria, por essa imensidão espacial, outro moleque observando os céus como eu, adoraria conhecê-lo. 

Acredito que olhar o céu e se reconhecer como uma pequena parte de um todo, até então conhecido como infinito, é o maior ato de humildade e de humanidade que um ser humano pode fazer. Isso independe de crenças religiosas ou de rituais. É voltar às origens, voltar bilhões e bilhões de anos-luz até o Big-bang e simplesmente explodir e expandir. É expandir a mente ao infinito e saber que o céu não é o limite. 




Saber que assim como as estrelas, todos aqui em baixo seguimos nossas órbitas (regulares ou não). Somos como constelações, estrelas que se observadas isoladamente não fazem muito sentido, mas em conjunto com outras, ainda que distantes, constituem formas, desenhos e significados. Olhar o céu me faz lembrar que precisamos um do outro para fazer sentido, que não somos o centro de nada, que há uma força maior nos guiando (divina ou meramente social, não sei). Olhar a imensidão do universo não me faz sentir pequeno, muito pelo contrário, me sinto especial. Isso me faz sentir único! Um cara extremamente sortudo por fazer parte de algo tão grandioso como a vida.


07 de julho de 2015 – 19 de outubro de 2015