Diogo Souza

Escritor e jornalista


Nenhuma palavra é tão definitiva que não se possa voltar atrás. Atos, decisões, erros e acertos são momentos. Assim como nós somos momentos.


E os últimos tempos têm me feito pensar sobre tais momentos e arrependimentos, aquelas coisas que nos fazem questionar se poderiam ter sido feitas de forma diferente. A experiência dos anos já me mostrou que tudo na vida depende de contextos e de circunstâncias, então tenho consciência que minhas decisões foram e são tomadas dentro de meu limite e entendimento e valores morais de determinado momento.


Nos últimos tempos, consciente ou inconscientemente, fiz escolhas difíceis que me colocaram diante de problemas inimagináveis. Uma delas foi a de me isolar emocionalmente, a mais silenciosa e mais perigosa. Eu nunca fui do tipo muito aberto a expressão de sentimentos e, depois disso, me tornei ainda mais fechado. Nem mesmo me permitia me dedicar a escrita, algo que sempre me serviu de escape. Priorizei outras coisas, outras pessoas, outros lugares e situações, esquecendo do principal: minha essência. Esqueci de cuidar de mim.


Felizmente, essa não era uma decisão definitiva, nem poderia ser. Se engana quem pensa que opiniões, ideias e posicionamentos não podem mudar. Quem pensa assim se prende a uma pesada e desnecessária corrente. Todos os ciclos acabam, outros recomeçam e é nesse fluxo que vamos mudando. Assim como nosso corpo muda com o tempo e nossa percepção também muda. A decisão tomada lá atrás pode não ser mais tão boa aqui na frente. E o que devemos fazer? Nos fixar num jogo de ideias passadas? Não! É possível se arrepender, é possível recomeçar.


Algo que me ocorreu nesse processo de tomar decisões difíceis (esforço mental para escrever: equivocadas) foi notar que as pessoas ao nosso redor são afetadas por nossas decisões, mesmo aquelas pequenas e íntimas decisões que julgamos não afetar ninguém, além de nós mesmos. Ao me isolar e me fechar em mim, deixei pessoas que me amam com a sensação de abandono e de descuido. Foi preciso lembrar que o meu sentir não exclui o sentir do outro. A responsabilidade afetiva também passar por entender que nossas decisões e ações impactam o próximo. O que fazer para que esse impacto não seja de dor? Como não causar a sensação de abandono, de indiferença?


Nessa busca recente, em leituras de obras espíritas, na terapia e nos meus momentos de reflexão, me dei conta que a caridade é o caminho. Descobri de perto a caridade num contexto fraterno, de proximidade, afetividade, não apenas material, como nos acostumar a pensar a respeito. Caridade é cuidar do próximo, oferecer algo de bom de si para o outro, mesmo que seja pouco. Descobri na minha jornada, um tanto constrangido, que perguntas básicas sobre o estado das pessoas ao nosso redor, um momento de atenção também é caridade e as ajuda muito em suas próprias batalhas.


Na angústia de lidar com o arrependimento, a caridade e a empatia com o próximo se tornam verdadeiros remédios para a alma perturbada. Pois, mais do que ajudar o outro a enfrentar momentos de dificuldades, elas vão curando nosso coração de nossas próprias dores e sofrimentos. Dor se cura com amor.


E o amor tem sido o remédio para as dores que tenho sentido em minha alma aprendiz. Desde o amor-próprio, que me fez respeitar meus próprios limites e cuidar de mim, quanto o amor às pessoas próximas, à vida, aos animais, à natureza. Somos amados, mesmo quando não acreditamos nisso. Há amor por toda parte, nós é que costumamos nos distrair dele. Deus nos ama, os espíritos protetores nos amam, assim como nossas famílias e amigos, na terra e em outros planos, cultivam por nós sentimentos de amor e fraternidade.


O amor é nossa origem e é nosso destino. Se alguma vez nos desviamos dele, sempre há possibilidade de se arrepender, retornar o caminho pela caridade, seguindo de volta para o amor. Pois Deus é misericordioso e nenhum de nós é esquecido por Ele, não importa qual caminho trilhemos.


E sigo caminhando.

Eu tinha pouco mais do que 15 anos quando a literatura salvou a minha vida! E acredito que ela continua me salvando a cada vez que eu escrevo um texto, cada vez que finalizo um projeto literário. Aqui, estão algumas das minhas publicações: Sobrevivendo a um Relacionamento Abusivo
http://dlvr.it/SsC1lx

Obra de ficção une duas grandes paixões da autora: o universo e a escrita 




A relação do universo com os sentimentos de uma jovem em processo de redescoberta é o tema do livro de estreia da escritora sergipana Luyne Rodrigues, de 26 anos. ‘Na ponta da Galáxia: dá para ver’, o Universo é transformado em um conto, misturando criações galácticas e sentimentos. Tudo é recontado de forma simples e poética, com narração da Via Láctea. A publicação é pela Editora Dialética e está à venda nos principais sites ou diretamente com a escritora.

Segundo Luyne Rodrigues, que também é atelierista e estudante de psicologia, a inspiração veio de seu interesse pelo universo e o amor pela escrita. “Eu sempre gostei de estudar sobre o Universo e já escrevi bastante sobre. Mas o que uniu o Universo aos sentimentos foram as emoções que eu sentia quando comecei a fazer terapia. A inspiração veio do que eu sentia e descobria sobre mim e a minha relação com o Universo”, revela a autora. 

A obra foi escrita há sete anos, mas só ganhou páginas impressas recentemente com a publicação pela Editora Dialética. “Precisei de tempo para me organizar em vários aspectos. Hoje, quando eu releio o conto, consigo me lembrar vivamente como era a sensação em estar em contato comigo”, explica a autora que convida os leitores sergipanos a “sonhar e viajar junto comigo pelo Universo”.

O livro ‘Na ponta da Galáxia: dá para ver' custa apenas R$ 29.90 e pode ser comprado neste link, direto com a autora pelo Instagram: @luyne_rodrigues ou nos sites das principais lojas e livrarias.

Achados:

A internet nos abre um mar de possiblidades e, vira e mexe, descobrimos algo maravilhoso nela. Na tag "achados", compartilho com vocês algumas das coisas que encontrei na web. 


Vivemos a era do streaming e do consumo de mídia sob demanda. Particularmente, já não consigo me readaptar ao hábito de sentar em frente à TV e acompanhar uma transmissão, seja ela ao vivo ou gravada.

Plataformas como a Netflix, o Spotify e o próprio Youtube são as que mais utilizo e me permitem consumir conteúdo sob demanda. Isso quer dizer que tenho acesso aos conteúdos onde quando eu quiser.

Há pouco tempo, encontrei um link que me levou a um site de streaming totalmente gratuito. Trata-se da Libreflix, uma plataforma brasileira aberta e colaborativa que reúne produções audiovisuais independentes, como filmes de longa, média e curta metragem, séries e também documentários. As produções são de livre exibição e despertam reflexões.

A ferramenta não é apenas uma ótima oportunidade para quem consome, mas também para quem produz conteúdo, pois qualquer pessoa pode adicionar uma produção ao catálogo da Libreflix.



Acesse a Libreflix: https://libreflix.org/




“Afinal, quem é você? Diogo ou o Cara do Espelho?”. 

Foi isso que me perguntaram outro dia e, sinceramente, não sei mais dizer. Por muito tempo mantive os dois separados. Na verdade, o Cara era uma via de escape para emoções presas. Como se eu tivesse que manter minha essência dividida em dois e alternar entre um e outro.

Tudo começou num dia sombrio quando esbarrei com o espelho e me perguntei: quem é você, cara do espelho? Engoli seco por não saber a resposta. O estado depressivo nos desconecta de nós mesmos e eu estava tão preso dentro de mim que me perdi lá dentro. 

Um refrão ecoava insistente no rádio: “estou começando com o homem no espelho/ estou exigindo que ele mude seus modos”. Foi quando percebi que estava com uma venda, uma mordaça e tampões no ouvido que coloquei enquanto construía uma fortaleza de cristal ao meu redor. E a canção continuava “se você quer fazer do mundo um lugar melhor/ olhe dentro de si mesmo e faça aquela MUDANÇA”.




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Não dependia de meus pais, dos meus amigos, dos meus professores, a mudança dependia apenas de mim. Foi assim que comecei a escrever e vi minha vida inteira mudar. Pois nós não somos nada, estamos somente de passagem, então não precisamos ser ou pensar a mesma coisa a vida toda.

Quando me esqueci disso, a depressão e ansiedade voltaram e precisei analisar o que estava errado. Em algum momento, baixei a guarda, deixei que certas coisas me atingissem e me anulei. 

Percebi que estava preso dentro de um personagem mais uma vez, como se quisesse manter a imagem de um Diogo que não existe mais. E isso não era mais possível, pois eu mudei! E vou continuar vivendo, aprendendo e mudando.

É tempo de sair do personagem, esticar os braços e as pernas e tirar o peso das costas. Olhar a si mesmo e se reconhecer sem máscaras, aceitar nossas forças e fraquezas e saber que são essas duas medidas que nos fazem ser quem somos.

Para mudar, não basta se colocar diante do espelho, é preciso encará-lo e mergulhar no próprio reflexo. Refletir por si só, descobrir-se. Isso é encontrar a luz e a paz interior. 




De tempos em tempos, eu tiro uma tarde ou uma noite livre para reorganizar minhas coisas. Dia desses, eu estava limpando meu quarto quando me deparei com uma pasta cheia de papéis de quatro e cinco anos atrás. Aquelas eram lembranças dos tempos de colégio, com provas, trabalhos, cartas de amigos e os meus primeiros textos. Também tinha outras coisas como panfletos que recebo na rua, apostilas da faculdade, pautas do trabalho e rascunhos e anotações para textos. 

A grande maioria daquilo tudo era só lixo acumulando poeira, não me acrescentava mais em nada. No fim das contas, fiz uma pilha de itens desnecessários que acumulei. Mesmo que eu quisesse, eu nunca usaria a grande maioria daquilo que guardei. Elas só estavam lá ocupando espaço e acumulando sujeira. Tive que reconhecer para mim mesmo que eu tenho essa mania de guardar esse tipo de coisa: o passado.

Ora, de vez em quando, lembrar do que aconteceu é saudável, afinal tudo é aprendizado. No entanto, guardar o que passou no coração e dar-lhe tanto espaço é bobagem. O passado é o presente que já manuseamos, já foi nosso e agora não é mais. Por isso, deve ficar onde está, pois se apegar ao passado é uma armadilha que nos impede de seguir em frente.

Sentado diante daquele monte de lixo, comecei a pensar sobre como eu acumulo as coisas, não apenas objetos, mas também todo tipo de lembranças, emoções e sentimentos. Coisas que eu não consigo deixar para trás e carrego, sem perceber, nas costas até ficar exausto e decidir fazer outra faxina. 

Eu tenho certa dificuldade em externalizar meus sentimentos, os bons e os ruins, e isso me faz mal. A escrita é uma via de escape e me ajuda a descarregar os excessos que causam tensão, mas ela não é o bastante e continuo acumulando coisas que não me fazem bem. Por isso, eu estou me policiando para não guardar papéis desnecessários nem prender sentimentos. 


Quotes de reflexão do Cara do Espelho


Já percebi que é complicado para quem não tem esse hábito, mas é libertador. O sentimento bom, quando externalizado, faz um bem sem tamanho e o ruim, descarrega toda tensão. Dessa forma, tenho praticado o exercício de guardar o que preciso e me livrar do que não acrescenta e faz mal. 


Fiz um vídeo falando sobre isso, que tal dar uma conferida?