Diogo Souza

Escritor e jornalista



Mais um natal chegou e, com ele, toda aquela tradicional enxurrada de desejos de felicidade, paz e união. A melosidade dessa época do ano nunca me contagiou, pelo contrário, ela sempre me deixa desconfiado e irritado, pois sinto que quando há excesso de demonstração de sentimento, há também hipocrisia.

O natal se tornou uma data comercial e uma fachada, praticamente um pretexto. As pessoas passam o ano inteiro correndo e competindo entre si para alcançar suas ambições e algumas não hesitam em passar por cima das outras. Há ainda quem se dedique a espalhar o ódio e causar intrigas. Mas, no Natal, lembram-se de Jesus e do que ele disse e está tudo bem. 

Meus natais não são tradicionais, mas sim, um momento essencialmente familiar, restrito. São momentos sem pompa, sem alardes, sem grandes presentes e sem grandes artifícios. Mas são grandes encontros com risos e votos sinceros de felicidade. É sempre uma hora de parar um pouco para matar a saudade, avaliar o que se passou durante o ano e, claro, renovar a espiritualidade.

Não sou perfeito, não quero e nem posso, dizer como deve ser o Natal por aí, mas gosto de refletir sobre os momentos da vida e extrair um aprendizado de cada situação. E essa época é perfeita para isso, para aprender sobre si mesmo e sobre aqueles à sua volta.

Aproveite o Natal para tornar-se melhor!
Faça uma mudança
Seja a mudança!

Cara do Espelho - Diogo Souza



Por muito tempo andei sozinho 
Por entre caminhos estranhos
O medo cegava meus olhos
Mas era como eu queria estar
Até que o Sol nasceu e te vi ali
Nunca imaginei que gostaria de gostar de alguém de novo
Eu não tive mais medo
Eu não sei se você sabe o quanto gosto de gostar de você
Eu não sei se já disse isso vezes suficientes
Eu não sei se você sabe o aperto que sinto se você se vai
Eu não sei se meus sinais são claros o bastante
Mas eu gosto tanto de gostar de você
Eu amo amar desse jeito
Mesmo sem jeito
Gosto do gosto de poesia da sua boca
Amo seu toque, amo sua essência
Amo o que vem da alma
Eu amo amar você
Como jamais imaginei que amaria
Eu amo amar você


Diogo Souza, 22 de outubro de 2016, às 20:34

Olá, pessoas!

Há alguns dias, me perguntaram quais músicas eu ouvia na hora de escrever e pediram indicações. Por isso, decidi criar uma playlist no Spotify com as músicas que geralmente ouço quando estou escrevendo.

E, como eu sei que quem gosta de ler também curte ouvir um sonzinho, destaco o meu Top 5 de canções que me inspiraram enquanto escrevia alguns dos meus textos publicados aqui no blog.

(O link da playlist está no final desse post.)

Rita Lee - Desculpe o auê

Para o texto: E se as baleias voassem?

Trecho: 
“É, Zeca, aqueles bichos gordos e enormes que nadam pelos mares cantando suas infindáveis canções de amor e de ninar. Quer dizer, vai saber, né?  Talvez elas tenham até canções populares – OS HITS DA TEMPORADA DE REPRODUÇÃO – que falam de carros, vadias, bebidas e ostentação. Não... não mesmo. As baleias não são assim, não são tão vazias quanto os humanos. Aliás, o vazio dos homens é do tamanho de uma baleia.”




Michael Jackson - Liberian Girl

Para o texto: Garota livre

Trecho: 

"Ela tem uma visão de mundo extraordinária
Aprendeu a ser livre, mesmo quando sua família
A prendia em correntes pesadas e enferrujadas.
Ela nunca acreditou que seria como sua irmã mais velha
Pois sempre quis ser ela mesma,  
Nada mais, nada menos"




Thalia - Gracias

Para o o texto: Carta - Adeus

Trecho: 

"Perdão pelas vezes que te fiz chorar, da vez que te deixei esperar e da que te disse que te odiava. Perdoe-me pelas poesias rasgadas, nunca consegui reescrevê-las. Pelas vezes que deixei de te ouvir para ouvir os outros, por ter te deixado só quando precisava do meu abraço. Prometo que nunca te esquecerei, que estará sempre num lugar especial do meu coração e te apoiarei quando precisar. Mas não me peça para começar de novo, os sinais já foram dados e já está vermelho pra gente agora. É o momento de seguirmos nossos caminhos, sozinhos." 


Rihanna - Same ol' mistakes

Para o texto: Não é mais o meu amor

Trecho: 

"Então ela está de novo ao meu lado 
E agora não sinto mais nada
Então agora eu vejo bem claro
Aquela ali não é mais o meu amor
É uma apenas a garota que me deixou no chão
Quando eu precisava de ajuda pra levantar"


Alejandro Sanz - No me compares

Para o texto: Eu não sou ele

Trecho: 

"Está tudo escrito em seu olhar, mas eu não consigo ler nada enquanto sua dúvida inquieta a minha alma. Seus dedos se apertam nas suas mãos, agora eu sinto que deveria te agarrar e te trazer de volta, mas o que posso fazer? Sua dúvida me imobiliza, eu simplesmente não sei reagir. Só me resta esperar até seu olhar reencontrar o meu aqui. Mas eu não sei esperar e talvez me apresse e me engane, pois meus sentimentos são desastrados mesmo. Há uma possibilidade que me entristece só de pensar que é a de te perder para uma lembrança. Talvez eu nunca o tenha superado, talvez eu seja um corredor por onde você apenas tenha passado para desviar dele, mas agora quer reencontrá-lo. Talvez o amor de toda a minha alma que eu te dei não seja o suficiente para cobrir o rombo que ele fez em seu coração, talvez eu tenha me iludido todo esse tempo a agora talvez eu me vire e vá embora antes da hora."








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Dizem que a primeira impressão é a que fica e até a ciência diz isso. Muitas vezes, a primeira também pode ser a última, pois nem sempre há uma segunda oportunidade, principalmente no mercado de trabalho. Mas trazendo isso pro âmbito pessoal, quando a gente não vai com a cara da pessoa, a gente se afasta e fim.

Mas pensa comigo, quantas vezes alguém já olhou pra você e disse: “nossa eu achava que fosse diferente” ou ainda “nossa eu te achava metido”. Quando isso acontece fico pensando: Nossa, será que eu realmente pareço ser assim?

Daí já começo a lembrar daquelas pessoas que me afastei por achar que seriam metidas, arrogantes, chatas, etc... Será que são assim mesmo? Não sei.
Mas a resposta para essa impressão ruim que temos de algumas pessoas pode estar justamente no nosso modo de ser.

Assista o vídeo em que falo sobre Primeiras Impressões:








"De repente se meu coração é o oceano,
navegado por um novo amor inesperado"
(Flávio Venturini)

O coração é um pescador navegando mares em busca de amor, o seu alimento. O amor que o faz seguir em frente, superando limites ao cruzar mares desconhecidos. Guiado pelas estrelas, desenhando nas constelações no céu enquanto a Lua movimenta a maré em seu peito.
Entre um sonho e suspiro, segue adentrando mares por vezes calmos, por vezes revoltos, rasos ou profundos, todos sempre perigosos até que encontrar um porto seguro. O coração é um desbravador poético, sempre seguindo sua bússola em busca da terra firme jamais encontrada. Enfrentando tempestade após tempestade em busca da calmaria que norteia sua vida.
Mas os mares são sempre misteriosos, nunca se sabe onde estará a próxima armadilha. A mentira capturada em sua rede, causa-lhe a dor, danifica a embarcação e o naufrágio parece iminente. Mas o coração sabe que há sempre esperança, que o vento diminui e as águas se acalmam.


Cara do Espelho - Quote de amor - Um novo amor

Continue a navegar, mesmo cansado! Pois há de chegar aquele dia em que, no horizonte, surgirá um novo amor que deslizará por suas águas em sua direção com doçura e liberdade. Ficando ao seu lado, disposto a navegar outros mil mares contigo, como jamais o fizeram antes.
Seu porto seguro, sua terra firme, seu alimento, sua calmaria.
E chegou.


Diogo Souza, 25 de agosto de 2016

Olha só quem voltou! Eu mesmo, Diogo Melo!


Confira o novo vídeo do Cara do Espelho!




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Que alegria começar o dia e ver que o nosso blog ultrapassou a marca de 10.000 acessos. 
Vamos aos dados: 




  • 3 anos de blog
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  • 5318 acessos brasileiros
  • 1868 nos EUA
  • 516 na Malásia
  • Muitos acessos entre países como Índia, França, Alemanha, Holanda e Portugual.
  • Um monte de seguidor lindos no Facebook, Twitter e Instagram. 


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<3
Olá, amigos!

Nesses mais de três anos de blog, muitos textos foram publicados e alguns são muito importantes para mim, como é o caso do texto de hoje. 

Esta é uma homenagem para minha amiga Carla Thiarlley, do blog Apenas Fugindo. O texto foi originalmente publicado em 29 de janeiro de 2014 e foi um dos mais lidos do Cara do Espelho. 


Você...

Publicado originalmente em 29 de janeiro de 2014




Você que tanto me faz rir, que tanto me inspira afeto e confiança e que tanto me faz sentir especial. A vida é um eterno ciclo do qual fazemos parte caminhando supostamente para frente e nessa jornada, como dizem, muitas coisas acontecem e pessoas surgem e pessoas se vão. Uma dinâmica constante. E você foi uma pessoa que veio, e veio para ficar, talvez não por perto, mas dentro de mim.

Permitam-me aqui fugir de minha discrição habitual e envolver-me profundamente no que digo. Lembro-me vagamente das primeiras vezes que te vi, pois eu ainda estava usando uma venda de preconceitos e acomodações e nessa cegueira descartei qualquer forma de aproximação. Ah como eu estava errado! Naquela época, eu ainda estava aprendendo sobre quem eu era, como me fazia parecer e como eu era percebido. Estava fechado. Passado este tempo, abri os olhos e mirei novos horizonte e novas pessoas. E você estava bem na minha frente.

Aos poucos e sorrateiramente, fui tentando te captar, descobrir o que havia a sua volta. O descobrir nestas situações não traz algo concreto ao descobridor, mas sim uma mudança por dentro e foi assim que você entrou em minha vida: numa mudança de postura perante a vida. Não demorou para que visse muito de mim em você, temos muitas coisas em comum e isso garantiu o surgimento de uma bela amizade. 

Vi que você tem pressa. Pressa de viver, pressa de voar. Talvez sua ansiedade acabe te deixando frustada, pois nem todo mundo entra no seu ritmo e é bem frustante achar e sentir que só você se importa com algo. Alguns podem ver isso como algum tipo de egoísmo, podem até pensar que você quer fazer tudo do seu jeito e imediatamente. Mas eu sei que não, sinto apenas que você se cobra demais, de tudo e o tempo inteiro. Acho que deve ser algo relacionado ao seu senso de justiça, que acaba exigindo que os outros também sejam justos.

Falando assim, pode parecer um tanto paranoica, mas é a pessoa mais meiga e dócil que já tive a oportunidade de conhecer. Dona de um sorriso lindo e enorme e uma gargalhada que vem do nada e te conquista. Ela é tão sorridente que sorri com os olhos. Tem alma de criança, tanto que muitas vezes sinto que é uma menininha travessa que anda meio apavorada com o tal mundo dos adultos. Multitalentosa, talvez precise ainda jogar um de seus livros na fortaleza de cristal que sua timidez criou para assim poder mostrar ao mundo tudo o que ela é capaz. 

Poderia escrever mil páginas sobre você e ainda assim teria mais mil à frente. Mas, por hora, fica aqui meu pensamento e minha homenagem.


Abraços!
Do seu amigo
Cara do Espelho

Sobre a foto: Falávamos sobre um colega escritor quando eu perguntei: 
- Ele é do tipo que termina os textos que começa a escrever? 
- Sim - ela respondeu.
- Aff, piores pessoas!




Acesse o blog da Thiarlley: http://www.apenasfugindo.com/

Durante a aula de hoje, vi alguém usando um lápis para escrever e depois pedindo uma borracha para apagar um erro. Isso me fez perceber que o único período que escrevi a lápis foi a infância, quando tudo era mais lúdico, quase fantasioso. Nessa época era permitido errar. Isso me fez pensar que a vida é como um texto escrito a caneta. Se você errar, não tem como apagar, pois é tudo marcado a tinta. Ou você desiste da folha inteira e a rasga, ou você borra, corrige e segue em frente.

E as pessoas reagem de maneiras diferentes aos próprios erros. Tem quem passa um traço e continua prontamente o caminho, outros não aceitam muito bem a incorreção e tentam encontrar uma maneira de remendar as coisas e incorporar o erro. Também tem aqueles que fazem borrões para cobrir a falha, alguns mais suaves e espaçados, outros bem fortes e marcados, enfatizando o tropeço na linha. E tem ainda aqueles que passam corretivo e fingem que nada aconteceu.

Essas são só algumas formas de lidar com os erros “irremediáveis” do mundo adulto, não somente numa folha de papel. São as formas de aceitar, entender, corrigir e seguir em frente. A forma como reagimos diante dos erros dirá se conseguiremos aprender e acertar adiante. Erros são uma grande fonte de aprendizado para quem tem humildade e sensibilidade para aprender com eles.

Quando vejo um texto cheio de borrões, não o encaro como cheio de erros, mas sim como cheio de reflexão e aprendizado. A mesma coisa acontece com as pessoas que encontro, prefiro imensamente ver aquelas que estão cheias de borrões do que as que se cobrem de corretivo e remendos mal feitos. Prefiro as que tiveram coragem de assumir os desacertos, aprenderam com eles e seguiram em frente.

Isso é grandioso. Aprender com os erros é verdadeiramente humano.



Diogo Souza,
04 de junho de 2016, às 23:02
Aracaju/SE

Foto: J. Santana



Meus ídolos já morreram todos (a maioria da mesma causa)
Eu não gosto das tendências, nem das coisas mais compradas
Meus livros preferidos não são sagas, nem modinhas temáticas
Gosto de ser do contra, mas nem sempre eu falo
Não tenho paciência para séries, nem saco pra televisão
(E sim, Dani Carlos, eu também vejo filmes em pausas)
Meus personagens favoritos são sempre os vilões
Meus hits prediletos já eram clássicos muito antes de eu nascer
Eu vivo fases musicais: anos 80, 90, pop, latina e rock ‘n’ roll
Eu tenho poucos amigos e não os defino em melhores ou piores
Meus amigos não são amigos dos meus outros amigos
Eu não sou bom em me aproximar, mas eu faço um esforço
Eu tô sempre tentando fazer alguém rir
E eu vivo rindo, rio até de nervoso e quando fico aflito
Eu não sei demonstrar o que sinto, mas às vezes eu tento e quase sempre me arrependo
------------------------------------------
Eu tenho teorias sobre as pessoas à minha volta
Eu vejo nuvens negras sobre algumas delas e fico à distância e não costumo me enganar
Eu gosto de ficar sozinho, às vezes, e não gosto que me perturbem
E que quebrem a minha rotina e meus métodos
Não gosto que me abracem por trás de surpresa
Não gosto que me chamem de Dhi, mas abro duas ou três exceções
Não gosto que me olhem enquanto escrevo ou leio
E escrevo mais (e melhor) quando estou triste ou melancólico
Eu não costumo falar dos meus problemas
Às vezes, eu sumo do nada e volto do nada também
Eu sempre tenho um lado sombrio e oculto assim como a lua
Eu gosto do divino e sou apaixonado pelo profano, eu sou controverso
Eu mudo de assunto muito rápido, tô sempre fazendo piadas
Eu tenho excelente memória pros detalhes, mas não sou bom com as datas
Eu sou impossível de esquecer, mas difícil de ser lembrado*


Escrito em 24 de julho de 2015

* Fala da personagem Claire no filme Elizabethtown (2005)


Quando a gente não sabe o que fazer, o melhor é não fazer nada. Não dá para tomar decisões sob nuvens de pensamentos confusos e tempestuosos, é inútil e até perigoso. Em tais momentos, é necessário deixar as emoções se acalmarem até o equilíbrio ser restabelecido. Somente assim será possível refletir e agir de forma sensata, sem trazer prejuízos ao próximo e a si mesmo.

Acontece que no calor das emoções não conseguimos coordenar nosso pensamento e nossas ações, nós ficamos cegos por nossos próprios ressentimentos, remoendo dores e coisas ruins. Leva um tempo para tudo se ordenar na mente e assimilarmos o que aconteceu. Mas, apesar de ser ruim, o sofrimento nunca é em vão, pois a partir dele é possível aprender lições e, desta forma, tornar-se uma pessoa melhor e mais forte.

Geralmente, nosso sofrimento vem das ilusões que criamos, do excesso de expectativas. Não podemos esquecer da nossa felicidade pessoal na tentativa de fazer alguém feliz. Nosso amor e nosso afeto não serão o suficiente para a felicidade do outro. Se tentarmos isso, ficaremos frustrados e tristes porque os outros têm suas próprias vontades e objetivos. Por isso, não podemos esquecer e abandonar a nós mesmos, cada um tem que cuidar de si. Estar bem consigo mesmo para se relacionar melhor e aprender com a vida.  

Diogo Souza,
22 de abril de 2016, às 22:09


Escrito após a leitura do livro “O repórter do outro mundo”, de Zíbia Gasparetto, ditado pelo espírito Silveira Machado.




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Que tal conferir o clipe de erros de gravação do vídeo do aniversário de 3 anos do Cara do Espelho?




Foto: Michele Nola


Para dois idiotas
    "A vida é um jogo sem importância não estamos nem aí para quem você namora." (Lorde – Royals)


Por muito tempo eu fui o garotinho certinho que as tias apertavam as bochechas e falavam em tom infantil. Fui o mais correto e o mais comportado, fui o padrão de comparação para os outros da minha idade. Eu era o que devia ser, segundo o que diziam. Eu não respondia os mais velhos, eu nunca dizia não, eu não saía do caminho e não atrasava a lição de casa. Eu era apenas o que me deixavam o ser. Não havia grade nenhuma, mas de certa forma eu estava preso. Estava preso dentro de mim mesmo.
Por muito tempo, eu fui apenas um telespectador da comédia romântica da minha própria vida. Mas a grande verdade é que a tragédia sempre me atraiu mais, assim como os gregos e romanos. Eu fui um personagem criado por mim para atender às expectativas alheias e silenciar questionamentos mais profundos. Uma versão superficial, virtual e artificial de mim mesmo. Apenas uma resposta pronta e fechada.
Às vezes, é difícil carregar nas costas o peso da responsabilidade de ser bom em alguma coisa, porque as pessoas te engrandecem e te põem lá em cima e esperam muito de você, mas te destroem na menor suspeita de erro. De repente, sua vida se resume a tentar ser como exatamente você foi num determinado momento para agradar os outros, nada a mais nem a menos do que aquilo. Mas descobri que eu não sou, eu apenas estou. Estou de passagem, estou em mutação, em evolução. Apenas estou.
Descobri que não era mais aquele mesmo garotinho, ele era uma grande farsa. Eu tirei o sobretudo e despi minha alma, experimentei olhar com meus próprios olhos e julgar menos. Teoricamente, passei a ser um problema. Simplesmente cansei de agradar todo mundo e percebi que ser você mesmo é motivo o bastante para que te odeiem, mas eu não me importo. Eu me permiti improvisar nesse teatro tragicômico que é a vida. Eu sorri em demasia e chorei em demasia, só porque cansei de ouvir todos me dizendo que tudo tinha que ser na medida certa. Então tive uma overdose de mim mesmo só para entrar em equilíbrio com minha alma.


Quote frase de reflexão - Cara do Espelho - Apenas Estou

Já quando as pessoas se apaixonam por mim, elas querem me meter nos seus padrões de fracassos antigos, me enfiar num templo religioso ou num motel barato. Apenas me mudar. Mas eu não mudo por capricho de ninguém, eu tenho a mente muito aberta para fechá-la em um templo só e um amor próprio muito grande para me acomodar numa história mais ou menos. Eu me apaixono rápido, desapaixono fácil, parto para outra quando vejo que não tem futuro ou apenas deixo estar porque eu apenas estou. E quando lembram de me avisar que acabou eu já estou distante navegando outro mar. E quando o arrependimento faz essas pessoas voltarem, eu apenas sigo minha direção. Mas quando dizem que estou me vingando, só o que posso dizer é que estou seguindo em frente.
Eu estou, eu apenas estou.
Diogo Souza,  08 de outubro de 2015

Texto disponível também no meu livro "Um amontoado de palavras", no Wattpad, Acesse aqui: http://my.w.tt/UiNb/mQ1aTNEmRv




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01 de agosto de 2016

É o aniversário de 3 anos do Cara do Espelho!
Por esse motivo, fiz esse vídeo (aos trancos e barrancos) para comemorar com vocês! 
E vai desculpando aí qualquer coisa. hahaha



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O passado é terra que não se pode pisar
É poeira que se desprendeu dos pés
E não nos pertence mais

É a poeira que às vezes o vento traz de volta
Perturba e incomoda
Arde nos olhos, derrama lágrimas
Irrita e suja o presente

Mas aí se sacode, se limpa,
Sopra e passa um paninho
E deixa o vento levar

Passado é só o presente que já usamos
E não nos pertence mais
Limpemos a poeira
E nos livremos no passado



04 de maio de 2016, às 21:45
Aracaju-SE

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“A poesia natural que o rodeia, ao se refletir na imaginação, não se transforma em poema. Ele é, somente, um objeto no quadro, uma pincelada; um acidente na penumbra.”
(O Homem Medíocre – José Ingenieros)


A lua parecia sorrir no céu, mas ele não percebia. O vento soprava e soava por entre os montes compondo uma música lenta e melancólica, mas ele não ouvia. As águas livres da pequena cachoeira diante de si declamavam poesias heroicas e ardentemente apaixonadas, mas ele não as entendia.
Ele não estava distraído, apenas não podia ir além do que seus olhos podiam ver e os ouvidos escutar. Ele estava congelado como um grande iceberg à deriva no oceano gelado. Sua frieza veio com os anos, com os nãos, com as desilusões, a falta de fé em si mesmo e o amor próprio nunca cultivado naquelas terras.
Seu olhar seguia fixo, olhando tudo e não enxergando nada. Ele era quase como uma daquelas rochas inanimadas onde costumava se sentar nos fins de tarde. Tinha toda a poesia do mundo diante de si, mas não a captava, não se apoderava dela.

O reflexo de seu corpo imóvel sentado ali dançava na água do riacho ao ritmo da melodia do vento e da poesia da cachoeira, mas ele não percebia. Não era capaz. Ele estava cego, surdo e mudo. 

(Diogo Souza, em 21 de julho de 2015)
"Agora que saltam os gatos buscando as sobras, você mia a triste canção. Agora que você ficou sem palavras, compara, compara, com tanta paixão"  (No me compares, de Alejandro Sanz)

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Finalmente quando eu sentia que estávamos prontos para dar mais um passo em direção ao mesmo destino; logo quando te sentia andando lado a lado comigo, você escuta aquela canção que te abate e te leva pra longe mim e perto do seu passado.  Nossos projetos estão na mesa, minhas expectativas quase derrubam meu muro das lamentações antes da hora, mas algo me para. É seu olhar nostálgico recordando de quando você e ele faziam planos semelhantes e ele te deixou pouco depois.
Te vejo mergulhar em silêncio na contemplação, tentando mirar o horizonte à nossa frente, mas se apegando ao que já ficou para trás. Você começa a falar dele e de suas histórias, você ainda nos compara com euforia e desilusão. Eu sou como ele, às vezes falo como ele, ando como ele, acerto como ele, erro como ele... Você volta ao passado e eu não posso te trazer de volta.  Eu apenas paro e suspiro, porque sei que se você voltar desse devaneio, te terei para sempre, mas se você decidir ficar, então eu seguirei sozinho na mesma direção de sempre.
Está tudo escrito em seu olhar, mas eu não consigo ler nada enquanto sua dúvida inquieta a minha alma. Seus dedos se apertam nas suas mãos, agora eu sinto que deveria te agarrar e te trazer de volta, mas o que posso fazer? Sua dúvida me imobiliza, eu simplesmente não sei reagir. Só me resta esperar até seu olhar reencontrar o meu aqui. Mas eu não sei esperar e talvez me apresse e me engane, pois meus sentimentos são desastrados mesmo. Há uma possibilidade que me entristece só de pensar que é a de te perder para uma lembrança. Talvez eu nunca o tenha superado, talvez eu seja um corredor por onde você apenas tenha passado para desviar dele, mas agora quer reencontrá-lo. Talvez o amor de toda a minha alma que eu te dei não seja o suficiente para cobrir o rombo que ele fez em seu coração, talvez eu tenha me iludido todo esse tempo a agora talvez eu me vire e vá embora antes da hora.
Se eu pudesse, eu apagaria cada lembrança feroz e dolorosa que te enchem de medo e te fazem desacreditar o futuro agora, mesmo eu não sendo ele. Se eu pudesse, te abraçaria e não te soltaria nunca mais, mesmo não tendo o abraço como o dele. Se eu pudesse, seria mais como ele e não me importaria tanto com você, mas eu te amo demais para isso. Por favor, apenas me diga algo que esclareça se é, ou não, a hora de eu ir partir, pois o trem está saindo e não posso te esperar para sempre. Decida se quer escrever uma história nova comigo ou retomar um final triste com ele.


16 de setembro de 2015


Publicado originalmente em 20 de julho de 2014

Minha patroa estava bem diferente do que costumava ser, pois antes se arrumava, se emperuava e mandava preparar o carro para passeios com as amigas. Hoje tem saído de casa descabelada, de cara lavada, com roupas sem cor, chinelos de dedo e cara emburrada. Hoje me pediu para levá-la a maior ponte da cidade porque queria olhar a foz do rio. Fiquei com medo de estar querendo se matar e tentei convencê-la a não ir, já que estava nublado e parecia que ia chover, mas ela estava realmente decidida e me fez pegar o carro e acompanhá-la.

Lá em cima, depois de um tempo fumando e olhando o encontro do rio com mar que acontecia poucos quilômetros dali, ela sacou um lenço de papel do bolso do casaco, cuspiu e envolveu seu cigarro nele e o apagou. Depois jogou o embrulho nojento do alto da ponte.

“Não me olhe com essa cara, Poseidon. Joguei um cigarrinho só... e essa cidade que joga todo seu esgoto em você? Você nem diz nada, né? Fica na sua, irmão.”

Com quem ela falava? Quem diabo era esse Poseidon? Seria outra crise nervosa? Depois, ela me falou que era o deus grego das águas, acho que o marido de Iemanjá.

O fato era que minha patroa estava num dia difícil. O motivo? Ela acordou e decidiu que este seria um dia difícil, mais um em sua biografia. Havia muito trabalho com o prazo em cima, mas ela nem se demonstrava preocupada e dizia que precisava sair, caminhar e espairecer para espantar a falta de disposição.

Acho que isso não estava funcionando, pois já havíamos rodado meia cidade nesses últimos dias e nada de ela “despertar para a vida”. Muito pelo contrário, quando soube que o marido já estava com outra – e esta uma jovem loira, peituda, bunduda e pernuda – se abateu muito, talvez porque isto significasse o fim oficial de suas últimas expectativas e ilusões sobre uma possível reconciliação.

No entanto, naquele momento, depois de longas semanas tenebrosas, eu a vi sorrir pela primeira vez. No alto da ponte mais alta da cidade, sobre a foz do maior rio que por lá passava, ela olhou o balanço das águas agitadas pela maré e sorriu. Sorriu primeiro apenas com os lábios finos e ressecados, depois sorriu por inteiro, de corpo e alma, entrando numa inexplicável crise de riso.

“Perdão, mas do que a senhora ri?”

“Zeca, já pensou se uma baleia surgisse aqui no rio?”

“Uma baleia, senhora? Num rio?!”

“É, Zeca, aqueles bichos gordos e enormes que nadam pelos mares cantando suas infindáveis canções de amor e de ninar. Quer dizer, vai saber, né?  Talvez elas tenham até canções populares – OS HITS DA TEMPORADA DE REPRODUÇÃO – que falam de carros, vadias, bebidas e ostentação. Não... não mesmo. As baleias não são assim, não são tão vazias quanto os humanos. Aliás, o vazio dos homens é do tamanho de uma baleia.”

“Nem todos são assim.”

“As baleias têm coração, e como tem! Você sabia que o coração de uma baleia-azul pode pesar 600 Kg? É o maior coração entre os seres vivos. Mas os humanos não se importam muito com isso, muito menos os machos. Talvez por inveja, o pênis de uma baleia cinzenta mede aproximadamente 3 metros!”

“Do que a senhora está falando?”

“DE BALEIAS, seu lerdo! Já pensou se as baleias voassem?”

“Hein?”

“E quando uma, cansada de voar, mergulhasse de volta pra água e criasse uma onda tão grande que sacudisse as canoas e barcos ali? E, se depois, batesse a enorme cauda perto dos barcos dos pescadores até fazê-los recolherem suas redes da morte e irem embora? Essas baleias são demais.”

Ela continuava a rir das imagens e situações que lhe surgiam na mente. A princípio, pensei que estivesse ficando louca de vez ou que tivesse trocado de cigarro de novo, mas depois percebi que ela estava apenas procurando um novo jeito de olhar as coisas. Não sei como explicar, é como se estivesse procurando olhar a vida de uma forma diferente, procurando uma paisagem que lhe parecesse mais bonita e mais feliz. Criando um novo mundo capaz de oferecer os estímulos positivos de que tanto precisa neste momento.

E ela tem razão, essas baleias são demais.

Diogo Souza, em 11 de julho de 2014


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O seu cabelo meio pro lado
O jeito como anda que mais parece dança
Os olhos negros me penetrando bem fundo
Olhos perdidos olhando o nada e pensando em tudo
Seu tique nervoso no canto dos lábios
Ah, esses lábios de riso fácil...
O sabor das estrelas no céu da sua boca
E o gosto de café nos seus beijos
Sua mania de achar tudo entediante
O modo on sempre ativado, você é louco
Sua sede de ir além, mesmo quando todos já pararam
Seus sonhos de mudar o mundo ou destruí-lo
Você sabe do que eu estou falando (Foda-se)
Você é coerência em meio a minha loucura
Você é insanidade, é razão
Você é a rima dos meus desenhos


Diogo Souza,
25 de agosto de 15


 “Lo siento, nunca te supe escuchar cuando más lo querías,
Perdóname, no te quise lastima con lo que te hacía.
Te amo.”
(Thalia – Gracias)

Talvez pudéssemos seguir seu plano e tentar outra vez, mas você deve concordar comigo que, depois de tantas tentativas frustradas, é melhor guardar nossas energias para outras histórias, outros personagens. Eu sei que é duro chegar a esse ponto, no entanto é necessário. O que ganhamos todo esse tempo? E o que perdemos? Não que a vida seja baseada apenas em perdas/ganhos, mas é inegável que essa nossa balança sempre esteve muito desigual. Nunca estivemos 100% um para outro, pelo menos não ao mesmo tempo; quando eu te quis, você não me quis; quando você me quis, eu não quis.  
E olha que não quero falar dos estragos, dos conflitos e das lágrimas que derramamos. Então para quê remexer isso agora? Eu sei, o que sentimos foi e é forte e, mesmo depois de todos esses anos, não parece ter mudado muita coisa. Mas (sempre a adversativa), nunca fomos o encaixe perfeito, estávamos sempre tentando forçar o outro a se encaixar num padrão. Fomos o pior inimigo um do outro. Tentamos várias vezes e fracassamos vergonhosamente em todas elas. Então, repito, para quê remexer isso agora?
Eu te amei inteiramente, sem medidas e até mesmo sem razão. Isso é inapagável. Obrigado pelos sorrisos, pelos sonhos de noites daquele verão que nunca chegou. Obrigado por me amar, por confiar e ter ficado comigo quando precisei. Obrigado por ter me deixado te libertar, obrigado por me dar a liberdade que eu não conhecia, por tudo o que me fez e também pelo que não me fez.
Perdão pelas vezes que te fiz chorar, da vez que te deixei esperar e da que te disse que te odiava. Perdoe-me pelas poesias rasgadas, nunca consegui reescrevê-las. Pelas vezes que deixei de te ouvir para ouvir os outros, por ter te deixado só quando precisava do meu abraço. Prometo que nunca te esquecerei, que estará sempre num lugar especial do meu coração e te apoiarei quando precisar. Mas não me peça para começar de novo, os sinais já foram dados e já está vermelho pra gente agora. É o momento de seguirmos nossos caminhos, sozinhos.
Adeus.

Diogo Souza
16 de agosto de 2015, às 19:00